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CORTINA DE FUMAÇA
Junho de 2023
Devastação ambiental é escondida através de ações do governo. Escrito com Giovana Costola, Mariana Ramos e Natasha Carpi
O ano de 2020 marcou um aumento de incêndios no pantanal e no desmatamento na floresta amazônica, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, as queimadas na Amazônia cresceram 28% no mês de Julho, comparado aos anos anteriores. Essas ações não são novas no Brasil, em todos os governos houve desastres e um dos principais motivos é a exploração de terra no local.
Os responsáveis historicamente são os mesmos: madeireiros, grileiros garimpeiros, mineradores e grandes fazendeiros e empresas do setor agropecuário, que por falta de técnicas o fogo acaba escapando, e assim, indo para lugares que estão abandonados, e se espalhando por todo o território. Outro fator que está relacionado com esse aumento origina-se por questões naturais, nos meses de Julho, Agosto e Setembro o clima e o solo estão mais secos, intensificando as queimadas no lado norte da região.
Além do desastre ambiental, a postura do governo gerou revolta com líderes de outros países. Bolsonaro negou todos os dados e estatísticas a respeito das queimadas e do desmatamento, mas não se preocupou em conter o dano ambiental. ‘’É difícil afirmar categoricamente porque o governo não se preocupou em combater os desastres, uma possível explicação é porque o setor agropecuário, que busca a terra a todo custo, foi beneficiado, e esse setor é um forte aliado do presidente” comenta o professor e doutor em geografia pela USP, Adriano Antunes.
Ao analisar dados a respeito da Amazônia, é possível notar que o desmatamento caiu entre 2004 a 2012, sofrendo uma queda de 27,8 mil km² para 4,6 mil km² no final da série e após esse período voltou a subir. Esse aumento pode estar ligado à mudança no código florestal que foi reajustado em 2012, e teve como uma das medidas a anistia aos produtores locais que desmataram terras antes de 2008. Após essa mudança, os números do desmatamento subiram ano após ano. E um dos grandes responsáveis por esse aumento foram os agropecuários que desmatam e queimam o solo para abrir espaço para o gado, e dois dos estados em que mais aumentou o número de desmatamento da floresta Amazônica foram Mato Grosso e Pará, MT o maior produtor de gado do país e PA que tem a cidade que mais possui gado no Brasil, São Félix do Xingu. Os dois estados juntos já desmataram quase 300 mil km² da Amazônia desde 1988, segundo o INPE.
Relação do aumento do desmatamento na região Amazônica. Fonte:INPE
ONGs espalhadas por todo o país vem realizando trabalhos sociais no combate do desmatamento e queimadas na região amazônica ao longo dos anos. Além disso, elas estão lidando com o aumento das fake news nos últimos tempos, especialmente no atual governo, onde a disseminação de notícias não verdadeiras se intensifica cada vez mais. Segundo uma reportagem do site Intercept, o presidente Jair Bolsonaro ofereceu mais de 11 milhões de reais ao Google, para distribuir informações, muitas vezes falsas, de extrema direita na internet. De acordo com o Jornalista Henrique Cortez, “a fake news em si, ela não tem nada a ver com a queimada, não tem nada a ver com o desmatamento, ela não alavanca o desmatamento nem a queimada, ela é cortina de fumaça para proteger a queimada”.
O dano ambiental na Amazônia foi muito grave, não se sabe ao certo quanto tempo a floresta vai levar para se reerguer, mas dificilmente ela voltará a ser a mesma. E a devastação prejudica muito o clima, pois na região está presente a massa de ar Equatorial Continental que tem como características levar calor e chuvas para quase todo o Brasil durante os meses de verão. Sem a floresta, o regime de chuvas, que já vem diminuindo nos últimos anos, ficará ainda mais prejudicado e deixando o clima de diversas regiões extremamente seco. Além de que sem a floresta, diversas espécies de fauna e da flora vão ser extintas.
O jornalista Cortez, diz que “Por outro lado, uma pesquisa recente mostra que metade da população brasileira, 54% para ser exato, não sabe o que significa a Amazônia no dia a dia dele”, diante disso temos que alertar os brasileiros sobre o que está acontecendo com a nossa floresta. Conforme o porta-voz do Greenpeace, Rômulo Batista, devemos lutar contra as fake news espalhadas por membros do governo e seus seguidores, e conscientizar sobre a importância da floresta que atualmente é o lar de mais de 20 milhões de brasileiros, pois sua destruição afeta a eles e especialmente as populações indígenas que convivem com a florestas há séculos. E com base em estudos científicos, mostrar a importância fundamental que a Amazônia tem para a regulação do clima e evitar o aquecimento global garantindo assim o futuro do planeta.
O biólogo Diego Oliveira Brandão faz um alerta dizendo que “se o desmatamento chegar a um percentual entre 25% e 40% pode acontecer um processo de savanização, que uma grande parte da floresta deixa de ser floresta e virar uma savana”. Estudos mostram que até 2050 a floresta ficaria concentrada nos estados do Amapá, Amazonas, parte do Acre, e algumas regiões da Bolívia e Colômbia. O que significa uma perda enorme tendo em vista que hoje a floresta está presente em 9 estados brasileiros e em outros 8 países da América do Sul.
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